A vergonha do sr. bush.
06.10.2006 - 19h21 AFP, PUBLICO.PT
O correspondente da estação de televisão britânica ITN, Terry Lloyd, foi abatido mortalmente na cabeça por tropas norte-americanas quando procurava abrigo durante um tiroteio em Março de 2003, no Iraque, segundo a conclusão de um inquérito.
O correspondente da estação de televisão britânica ITN, Terry Lloyd, foi abatido mortalmente na cabeça por tropas norte-americanas quando procurava abrigo durante um tiroteio em Março de 2003, no Iraque, segundo a conclusão de um inquérito.
O inglês Terry Lloyd foi o segundo jornalista a perder a vida ao fim do quarto dia de guerra no Iraque, em Março 2003, enquanto cobria o avanço dass tropas de coligação em Bassorá. Com ele estavam mais três pessoas: o tradutor libanês, Hussein Othman, também assassinado, o belga Daniel Demoustier, que ficou ferido, e o repórter francês Fred Nérac, na altura, dado como desaparecido. Acabei de confirmar os dados na edição do Público. Três anos e meio depois o inquérito concluiu o que concluiu. Lembrei-me entao de um artigo que li sobre John Rawls, um filósofo americano, que defendia que, se por uma lado, uma guerra travada por países governados por ditadores era injustificada (visto que atendem às politícas megalomaníacas dos seus ditadores, ou visam apenas dominar e escravizar certas populações), por outro lado, quando travada por países democráticos a guerra pode ser justificada. Eis aqui os principios estipulados no pensamento democrático liberal ocidental e reiterados por Jonh Rawls que poderão justificaram uma Guerra: deve ter por fim a paz duradoura entre os países envolvidos e aniquilar objectivos expansionistas dos lideres ditadores. Deve poupar a população civil e os soldados não devem ser responsabilizados (na medida que estes tem o seu patriotismo explorado pelos governantes). Se vencer a Guerra o país democrático deve proclamar a democracia e o cumprimento integral dos direitos humanos do outro país. A questão é que na Guerra do Iraque, nem o Iraque tinha objectivos expansionistas em relação aos EUA ( ou de outra nação como aconteceu no Golfo), nem representava uma ameaça para os americanos, visto que as armas de destruição em massa já tinham sido destruidas, e muito menos havia ligações com Osama Bin Laden. Hoje, três anos e meio depois temos um Iraque ocupado e que desrespeita ainda o cumprimento dos Direitos do Homem. Hoje, três anos e meio depois temos é um inquérito que mostra que o Governo de Bush não só não poupou iraquianos como assassinou jornalistas europeus, aliás, seus aliados. Ora, e se ele foi capaz de fazer isto com os aliados, nem sequer é bom imaginar o que fez com a populaçao local do palco da guerra. Hoje, três anos e meio depois, é preciso continuar a berrar ao mundo que o verdadeiro ditador, no final das contas, é Bush e os seus acessores. Um ditador que se tenta disfarçar, mas que disfarça mal. Um presidente mediocre que conduziu (e conduz) os americanos a guerras injustas, fruto de rivalidades pessoais, de interesses petrolíferos e de necessidade de aumentar gastos militares. E isto é vergonhoso! Mais vergonhoso porque, pelos vistos continua e vai continuar... Afinal, quantos mais vão ser abatidos? Moral da história: não há só vencedores bons e sem vitimas, nem há só vencidos maús e sem culpados...
1 Comentários:
Olá Tânia Ignnis!
Que bom receber notícias tuas, obrigado pela mensagem que deixas-te no blog Tomáz.
Gosto muito de ler o Tonto, de ficar iluminada pelas luzes parisienses e lisboetas.
Um beijinho muito grande para ti!
ana, Roi Hassan Soeur
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