quinta-feira, outubro 05, 2006

As coisas públicas da Res Pública

"Parece que foi ontem que Portugal andava a brincar aos reis e às rainhas e a verdade é que já faz hoje 96 anos que passámos oficialmente a ser uma República. E não nos transformámos numa República das bananas porque o único solo nacional onde tal fruto se dá bem é na Madeira, onde como todos sabem o que impera é uma grande jardarquia." in A Revolta dos pastéis de Nata.


A Res pública portuguesa está hoje de parabéns! 96 anos feitos de bons e maus momentos, de gente interessante e menos interessante, de causas justas e menos justas, de fome e de fartura, de opressão e liberdade, de trincheiras e milagres, de emigrantes e turistas, de guerra e de paz, de tempestades e calmarias, de secas e inundações, de governos provisisórios e de previsões de governos, de colheitas e importações, de caminhos de cabras e de pontes sobre o Tejo, de "orgulhosamente sós" e de europa de segunda, de lamparinas e televisão, de cozido e macdonalds, de futebol e fado, de exposições mundiais e campeonatos europeus... Enfim, de uma data de coisas públicas trilhadas numa montanha russa de emoções e preocupações percorrida em altos e baixos. No percurso, muitas piroetas completas, vómitos e arrepios na espinha. Hoje já não há rei que possa ir nú, os regicidas já não são heróis e a res pública foi-se privatizando. Também se encheu de corruptos e mal falantes. Disse hoje o Sr. Presidente da res pública portuguesa: "No combate por uma democracia de melhor qualidade devem ser convocados todos os portugueses, mas esta é uma tarefa que compete, em primeira linha, aos titulares de cargos públicos". Não é que concordei com o sr. presindente!!!! Pois, nas entrelinhas surgiram-me as interrogações: se os funcionários da" coisa pública" e todos os ministros são pagos com os dinheiros públicos da res pública, porque é que eles não começam a frequentar o hospital público? Não começam a por os filhos a estudarem em escolas públicas? Não começam a deslocar-se em transportes públicos? E sempre que recorrerem à justiça não escolhem os advogados públicos? Afinal, se o trabalho deles é, em todas as formas e prespectivas, zelar pela excelência do serviço público da nossa res pública, não custa mergulhar no sistema para tentar percebe-lo na tentativa de poder melhora-lo. Talvez assim estejamos a dois passos de uma res pública de qualidade...


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