quinta-feira, julho 27, 2006

Politicamente (in)correcto...

Alguem me contou um episodio curioso no outro dia: Uma professora universitaria em Berlim, fez publicar no jornal da faculdade um anuncio no qual pretendia uma empregada que " soubesse falar correctamente o alemao". Fatal como o destino: dias depois soube que a direcçao do jornal tinha decidido nao publicar o anuncio com o justificativo de que nao seria " politicamente correcto", na medida em que é um atrevimento bruto em termos de segregação racial e cultural, pois pode querer dizer uma das duas coisas,ou mesmo as duas: deixando antever que a dita professora pretende alguem de cultura media ou elevada, ou entao "europeia", excluindo assim alguem que venha das africas, das asias, ou das americas do sul, alguem com tendencia a cometer erros de gramatica. Numa entrevista o escritor Eugenio Lisboa tambem contou um episodio singular que lhe aconteceu aquando a abordagem de um estudante de Estocolmo, que considerou chocante e grave, quando ouviu o escritor pronunciar que " havia pessoas menos cultas do que outras". Nao era "politicamente correcto", porque todas as pessoas sao cultas, podem é "ter outros niveis de cultura". Tambem me lembro que ainda antes de Timor ser independente, andava eu pra ai no meu primeiro ano de faculdade, sugeri a uns colegas irmos todos comer a um restaurante Indonésio, quando subitamente um colega me alvitrou dizendo, que portugueses a comerem num restaurante indonesio " nao seria uma atitude politicamente correcta". Ri-me porque eu so queria conhecer a comida indonesia, num restaurante aberto por pessoas que na altura muito provavelmente ate deviam odiar o Shuarto. Pensando eu que o racismo era uma coisa vergonhosa ( o branco - negro, o dos senadores republicanos e o Spike Lee cabem no mesmo dicionario) continuei-me a rir, a achar que nao era permitido chamar-me "branca" e que eu era apenas uma " caucaseana". Mas nessa altura a cara da minha colega tambem era seria. Tudo era "politicamente incorrecto"! Ainda hoje, quase todos os dias me debato com a questao do " politicamente correcto"... Ninguem é "preto" sao todos " cidadaos de origem africana"; ninguem é " cego" sao " invisuais "; ja ninguem é " coxo" sao " deficientes motores"; Angola ou Moçambique nao sao "paises de lingua portuguesa", porque isso significaria que estamos a marginalizar os idiomas locais desses paises, sao antes " paises africanos de língua/ou expressao oficial portuguesa". Hoje, é politicamente incorrecto rirmo-nos das caricaturas que vem nos jornais... ou seja, ate o humor passou a ser "politicamente incorrecto", visto que viola o que é correcto... A proposito, sera que a estrelinha cor-de-rosa a dizer "Links" entre as pernas da Ana Malhoa no site da mesma ("cantora") é "politicamente correcto" ou incorrecto?
O debate é tamanho que so me lembro de sugerir que se mude a designação de " jardim zoologico" para " parque para a conservação animal"... ou para ser mais radical ou "politicamente correcta", para " parque para a conservaçao da vida animal nao humana"....

Ps:valores politicamente correctos = utopia totalitaria

resistência

Desde muito cedo, percebi que o mundo nao me ia colocar aos pés tudo aquilo que queria. Ha muita gente, que nestas situações, desiste a meio, mas também ha muita gente que aprende a nadar contra a corrente e vai a procura daquilo que sempre quis. No meu caso, sempre tive em casa exemplos de gente lutadora, de sobreviventes, de self-made-men and women. Quando me amputaram o meu braço direito, ja la vao quase 10 anos, percebi isso mesmo. Com toda a clareza possivel. Depois do drama, houve alguem que me serviu sempre de inspiração, uma mulher que me serviu de protese, de exemplo, que fez de tudo para nos manter a tona da agua, sem que nunca nos faltasse o oxigénio. Ajudou-me a perceber que a vida tem de ser vivida quando as circunstâncias nos pregam uma partida. Estou-lhe muito grata ( se é que a palavra "gratidao" faz sentido na nossa relação). Estou-lhe sobretudo agradecida, porque foi com ela que aprendi que a resistência vem precisamente do mesmo lugar onde temos o orgulho.
E isso ajuda-nos muito a cada braçada que damos, seja em crwall, em mariposa em bruços ou de costas... ;)

domingo, julho 23, 2006

A parte do outro



La part de l'autre
(Le Livre de Poche, 2003, 503 pages)

08 outubro 1908, Viena.
O que se teria passado se Hitler nao tivesse sido rejeitado na hora de entrar na Escola de Belas Artes de Viena? Se o juri o tivesse aceitado e se ele se tivesse tornado num artista pintor? No instante da rejeição, o curso de uma vida mudou... a vida de um jovem timido e apaixonado... E o destino do Mundo seguiu outro rumo...

Eis o romance onde o autor, Eric Schmitt, consegue fazer coabitar dois Hitler, um artista outro ditador.

" L'homme aurait pu être attachant dans d'autres circonstances. Il sommeille en nous tous une bête qui peut surgir à n'importe quel moment. Nous avons une part d'ombre que nous ne maîtrisons pas: la part de l'autre"

Um romance sobre a Humanidade, com certeza!
Para sucistar a curiosidade:

"Il veut comprendre, comprendre que le monstre n'est pas un être différent de lui, hors de l'humanité, mais un être comme lui qui prend des décisions différentes. Depuis ce jour, l'enfant a peur de lui-même, il sait qu'il cohabite avec une bête violente et sanguinaire, il souhaite la tenir toute sa vie dans sa cage"

Obrigada Mariana pelo sugestão, obrigada " Tu" por mo teres oferecido .

sexta-feira, julho 21, 2006

Evidencia: Ao que parece, a vizinhança não se recomenda ........

Ao decimo dia de conflito, a vaga mortifera, opôs, na fronteira sul do Libano, os combatentes do Hezbollah aos soldados israelitas, e quatro deles morreram, ao mesmo tempo, os bombardistas israelitas continuaram os seus raids a este do Libano. Na noite de quarta para quinta-feira, uma vintena de avioes israelitas bombardearam um presumível bunker do Hezbollah a sul de Beirute, mas a parte chiita defendeu que este raid so atingiu uma mesquita en construção. Por sua vez, o Hezbollah reivindica ter bombardeado a sede do comando militar israelita, sediada em Safed, o mesmo para as cidades de Tibériade, Carmiel e Haïfa, a norte de Israel.
Vamos a balanços, a ofensiva israelita fez desde 12 de julho, 360 mortos no Libano, na sua maioria civis.
Os estragos estao avaliados a varios milhares de dolares, pelo ministro libanês das finanças. O primeirissimo ministro israelita, Eduh Olmerd, deu o seu acordo para a construçao de um " cordao humanitario" entre o Chipre e o Libano para que " as ajudas e os medicamentos chegem a populaçao". Na banda de gaza, 2 palestinos foram mortos pela armada que prossegue a ofensiva. Aproximadamente 100 palestinos foram mortos depois disto. Uma vintena de paises prossegue a evacuaçao dos seus conterraneos. Jonho Bolton, o embaixador americano na ONU, acusou a Siria de bloquear os esforços para resolver o conflito libanes, na medida em que refusou receber a delegaçao de mediaçao da ONU " vemos agora concretamente que o papel da siria jogou e continua a jogar para bloquear os esforços em via de uma soluçao", tera afirmado Bolton. Koffi Annan avisa israel da escalada que pode significar uma invasão... Para o secretário-geral da ONU, se as tropas israelitas ficarem de forma prolongada no Líbano "tendo em vista estabelecer aquilo que chamaram, no passado, uma zona de segurança ou um acordo de segurança, essa será uma zona de segurança para eles, mas para os outros vai tratar-se de uma zona de ocupação, o que intensificará a resistência".
Acabei de ler que a Americana "Condoleezza Rice, que se desloca ao Medio Oriente este fim de semana, não vai pressionar Israel a aceitar um cessar-fogo imediato". Argumenta Rice: “Um cessar-fogo imediato e sem condições políticas seria uma falsa promessa que deixaria tudo na mesma”. Para a secretaria de Estado Norte Americana a raiz do problema está no apoio dado pela Síria e Irão ao movimento xiita libanês Hezbollah. Diz a senhora: “Temos que ser mais eficazes e ambiciosos do que isso. Temos que trabalhar com toda a urgência para criar as condições para uma estabilidade e uma paz duráveis”, mas considerou que isso será “difícil” face às actuais condições no terreno".

Conclusoes: Washington quer mesmo rejeitar os apelos dos europeus e da ONU para pressionar Israel a pôr fim aos bombardeamentos contra o Líbano.
George Bush e os terroristas islâmicos estão vitoriosos. Não é contraditorio, é verdadeiro: todos os extremistas estão vitoriosos!
A guerra vai continuar até ao fim do mundo... exactamente o objectivo dos extremistas vitoriosos...

Ps: "E o Governo português não tem opinião própria sobre o ataque israelista ao Líbano?", interrogou-se ontem Vital no seu blogue Causa Nossa"... Estamos a espera de respostas. So espero é que os simpatizantes de esquerda, nao estejam eles tambem, do lado que o " direito de defesa" de Israel é suficiente para justificar tudo. Inchaláh que não....

domingo, julho 16, 2006

Ah Big MEC!

Depois da repetiçao da Revolta dos Pasteis de Nata do domingo à tarde, do filme americano de sabado à noite e arriscando-me a ser lamechas, aqui fica, mais uma prosa lirico-filosofica do nosso melhor explicador de portugues - Mec, que extensivamente dá Miguel Esteves Cardoso.
Ei-lo que chega e escreve:
"Há coisas que não são para se perceberem. Esta é uma delas. Tenho uma coisa para dizer e não sei como hei-de dizê-la. Muito do que se segue pode ser, por isso, incompreensível. A culpa é minha. O que for incompreensível não é mesmo para se perceber. Não é por falta de clareza. Serei muito claro.
Eu próprio percebo pouco do que tenho para dizer. Mas tenho de dizê-lo.
Eu quero fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque se conhecem há anos. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria.Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo". O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornam-se sócios. Reunem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psicosócio-bio-ecológica da camaradagem. A paixão que devia ser desmedida é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade ficam "praticamente" apaixonadas. Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço.
Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá bem, tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas.
Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo? O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso "dá lá um jeitinho sentimental".
Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade. Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar. O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto. O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A "vidinha" é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não é para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende. O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem. Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir. A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a vida inteira, o amor não. Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também."
Elogio.... Miguel Esteves Cardoso - Expresso

sábado, julho 15, 2006

Guia de Verao Pt 2006

Visto assim , até parece um filho.... :)

Façam favor de o ler! Que foi feito com muito amor e carinho. E ate tá engraçadinho. lolol ( la tou eu c'as rimas à manel pimpao)

(um filho desejado portanto...).

Para mais informaçoes entrem no site da Cap Mag - o maior agitador lusofono nas vivencias francesas.

sexta-feira, julho 14, 2006

Antes de Romeu&Julieta e depois de William Walace&Isabelle...

Tristao&Isolda! Os mais curiosos que vejam o filme, que leiam o conto do Mann, que procurem a opera do Wagner....os menos, fiquem-se so pela banda sonora deste trailler... a musica é deliciosa... "We belong together" de Gavin Degraw.
"Tristan et Isolde est un immense poème lyrique, un chant d’amour et de mort inspiré par la passion que Wagner nourrissait à l’égard de Mathilde Wesendonk, la femme de son riche protecteur zurichois".

E mais nao dizemos...

quinta-feira, julho 13, 2006

Da Vontade nascem as Causas...

Jornalista - O cachimbo representa para si uma mascara atras da qual pode refugiar certos aspectos da sua sensibilidade?
Poeta - As pessoas de fora, que me conhecem menos bem, julgam que o cachimbo é uma pose. Nao é. Nao sei se no caso Adriao Quintas seria, mas no meu caso nao. E uma especie de talisma que corresponde a um vicio que é o vicio de fumar e de fumar quase exclusivamente cachimbo desde os dezassete, portanto ha quase cinquenta anos. E, como dizia Alvaro de Campos - a proposito dos cigarros - no poema " Tabacaria": Enquanto Deus me consentir continuarei fumando"

*Fumar prejudica gravemente a sua saude e a dos que os rodeiam
*Fumar Mata
*Os fumadores morrem prematuramente
*Fumar Mata
*Fumar pode reduzir o fluxo de sangue e provoca impotencia
*Fumar Mata
*O seu medico ou o seu farmaceutico podem ajuda-lo a deixar de fumar
* Fumar Mata
*Fumar causa elevada dependencia, nao começe a fumar
* Fumar Mata
* Fumar pode causar uma morte lenta e dolorosa
*Fumar Mata
* Se esta gravida. fumar prejudica a saude do seu filho
*Fumar Mata
*Deixar de fumar reduz os riscos de doenças cardiovasculares e pulmonares mortais

Com Destino e Saudades

Feeling: Todos os meus dias começam de forma similar. Ou nos sites da net, ou em frente as bancas a ver os jornais e as revistas. Leio as manchetes, folheio alguns, compro outros. Aprendo depois quem é que sai com quem, quem vai onde de férias, quem deixou quem, a nova apresentaçao do citroen C6 que reuniu uma cambada de VIP's ontem a noite no Largo de Sao Carlos... E impressao minha ou o calor faz mal as cabeçinhas? Onde estas tu Evasoes?

(É curiosa esta comunicação. Nunca vos vejo, mas sei quantos sao, de onde vêm, o que vêm ler.. É divertido ver as horas de ponta aqui do blog. Os contadores de visita da-me dados preciosos).


Nestes dias quentes de verao, quando passa uma brisa é como se me tocasse. Apesar, de detestar calor a mais e preferir um pouco de frio, apetece-me um dia de praia, uma salada de mexilhoes e um panache em frente ao mar. ( Ai esta sensaçao de ter sempre o pescoço a escorrer em agua incomoda-me tanto.... Sera que devia ter rapado o cabelo?).

Apetece-me Luanda, a cidade velha e cansada. Os predios altos e sujos que se misturam com os menos altos e menos sujos. Quinachiche. Bairro do Prenda. Apetece-me a Baía, o por do sol na ilha dos pescadores, o Mussulo , as redes de pesca a enrolarrem-se nos pés, a vista do Forte, os bacalhaus assados e as batatas a murro nos barcos atracados da Chicala, as lagostas nas palmas dos dedos, as mangas fresquinhas do mercado, a areia dourada, a terra vermelha que inrrompe do chao, o nosso Jipe vermelho. Apetece-me sentir a "hora das 4 horas" ( como se diz por la) a tocar-me a pele enquanto releio Pepetela. Apetece-me os relampagos das tempestades nocturas a iluminar as janelas depois do jantar. Apetecem-me as ondas simplesmente perfeitas e as pessoas de coraçao quente a acolherem-me de braços abertos. Como aconteceu da primeira vez. Apetece-me esta viagem fantastica, sem o medo das agressoes. Passados tantos anos e uma memoria a que falham os pormenores, apetece-me sempre regressar...



E aqui esta uma nova maneira de começar o dia........obrigada Evasoes!

Daqui a nada quando sair de casa vou COM DESTINO... e se pelo meio me perder (é o que vai acontecer), ficou a lembrança, que faz sabe sempre tao bem.... Caramba! Porque é que a vida nao pode ser feita de apetites????

Excessive

je n'ai pas excuses... by carla bruni


Je n'ai pas d'excuse,
C'est inexplicable,
Même inexorable,
C'est pas pour l'extase, c'est que l'existence,
Sans un peu d'extrême, est inacceptable,

Je suis excessive,
J'aime quand ça désaxe,
Quand tout accélère,
Moi je reste relaxe
Je suis excessive,
Quand tout explose,
Quand la vie s'exhibe,
C'est une transe exquise

Y'en a que ça excède, d'autres que ça vexe,
Y'en a qui exigent que je revienne
Y'en a qui s'exclament que c'est un complexe,
Y'en a qui s'excitent avec tous ces "X" dans le texte

Je suis excessive,
J'aime quand ça désaxe,
Quand tout accélère,
Moi je reste relaxe
Je suis excessive,
Quand tout explose,
Quand la vie s'exhibe,
C'est une transe exquise, (ouais).

Je suis excessive,
J'aime quand ça désaxe,
Quand tout exagère,
Moi je reste relaxe
Je suis excessive,
Excessivement
gaie, excessivement triste,
C'est là que j'existe.
Mmmm, pas d'excuse ! Pas d'excuse !

quarta-feira, julho 12, 2006

Hoje acordei assim...

Hoje acordei mais cedo, menos aspera, mais motivada, menos tonta, mais bem disposta, menos stressada e AGRADECIDA.Winnie the Pooh dixit: "Promise me you'll never forget me because, if i thought you would i'd never leave"

terça-feira, julho 11, 2006

Os melhores em campo... Fifa 2006

Consideraçao previa:

Tinha prometido a mim propria (vivam as redundancias), que nao ia postar mais sobre o Mundial e sobre estas coisas de futebol. Tambem tinha dito, aos meus mais virtuais e fieis leitores, que por nao terem mais nada que fazer, por curiosidade, ou simplesmente por uma questao de gentileza ou profunda antipatia pela minha pessoa (sejam benvindos, voces tambem!), vao lendo estas trapalhadas que para aqui vou metento neste blog de variedades ( efectivamente trata-se disso, um blog de variedades, ou varios vipes, chamem-se as coisas pelos nomes proprios), que durante um medio-periodo de tempo, me ia dedicar a outros escritos, que, chamando as coisas pelos nomes proprios, sao infinitivamente deveras e veroes, mais arduos e comprometedores aqui para a recem-bloguista. Mas... ( ha sempre um " mas" a reclamar e quando nao o ha la arranjamos maneira de o inventar) para o mal dos meus pecados, ou para o bem das minhas santitudes, nao consegui deixar o apelo, de escrever sobre os melhores jogadores em campo neste mundial, de parte. Ate consegui deixar de blogar sobre "as misses e seu repetitivo desejo abstracto de paz no mundo", sobre " como sobreviver a uma tarde de domingo na TVI", e tantas outras coisas que um dia, é quase certo, ainda retomarei.

O primeiro segundo a FIFA
Na verdade, nao estou nada de acordo com a escolha da FIFA, ao eleger o Zinadine Zidane como o melhor em campo, acho que é uma tremenda injustiça. Nao sei quais é que sao os elementos de seriaçao da instituiçao, as referencias em que se apoiam, em todo caso, acho que nao foram os adequadas. Talvez atribuiram esta distinçao a um jogador violento e de mau feitio porque gostam de dar liçoes de moral ao pessoal. Medida para combater o racismo. Se Materazzi chamou mesmo " islamico terrorista de merda" a sua majestade el maior de todas, esta so reagiu a injustiça rácia, que toda a violencia do preto ou do islamico é unica e exclusivamente vitima da nossa sociedade caucaseana, purista, horrivel e extremamente xenofoba... E a FIFA agiu como uma uma especie de essesóesse du racismo. Mas e se o italino lhe estava so a pedir um autografo e a dizer que o adorava? A cabeçada seria justificada? Enfim, o pessoal continua a gostar mais de futebol do que de multiculturalidade... A proposito, nao percam isto.

Os melhores em campo
Fazendo o balanço desta ediçao da competiçao-rainha do futebol, que deu a Portugal o 4 lugar no raking das equipas mundiais e a comenda da FIFA de equipa mais atractiva no terreno - sucedendo assim a correia do sul (2002), franca (1998) e brasil (1994) - parece-me que a competiçao pautou-se realmente pela falta de ofensiva a que o fairplay deixou a desejar... No entanto, isso nao pode servir de mote para encobrir equipas quase inteirinhas que devem ser louvadas, e jogadores que devem mesmo ser admirados, pelas capacidades demonstradas. Como nao consigo eleger so um - " o melhor", vou pautar as minhas escolhas com o inteligente argumento de uma amiga minha. Que diz: " um bom jogador é tambem um jogador bom". Ora isto apresentado, dá o seguinte:















E para quem ainda nao percebeu: "porque é que ELAS também gostam de futebol?", fica o remate final: É que ELES para alem de serem BONS como tudo, recorrerem a justiça para nao pagar impostos (ideias à Madail), ainda nos dao-nos MUSICA! :) Que bonitinhos....



Ps: Os reforços dos clubes estao a chegar. Mantenham-se atent/os as e continuam a gostar de futebol! Do bom!

segunda-feira, julho 10, 2006

A raiz do castanheiro

Estava entao ha bocadinho no jardim... A raiz do castanheiro mergulhava na terra, mesmo por baixo do meu banco. Nao me lembrava, porem, que era uma raiz. As palavras tinham-me evaporado e , com elas, o significado das coisas, os seus modos de emprego, os palidos pontos de referencia que os homens lhe traçaram a superficie. Estava sentado um pouco curvado, cabisbaixo, sozinho em frente daquela massa negra e nodosa, completamente em bruto e que metia medo. E depois tive aquela iluminaçao.
Fiquei sem respiraçao. Nunca, antes deste ultimos dias, em tinha presentido o que queria dizer "existir". Era como os outros que passeiam a beira mar nos seus trajos de Primavera. Dizia como eles: " o mar é verde, aquele ponto acolá branco é uma gaivota", mas nao sentia que essas coisas existiam, que a gaivota era uma "gaivota existente"; Geralmente e existencia esconde-se. Está presente a nossa volta, em nos, somos nos,nao se podem dizer duas palavras sem se falar dela, e afinal, nao lhe tocamos. Quando eu julgava pensar nela, é de ver, que nao pensava em nada, tinha a cabeça vazia, ou quanto muito uma palavra na cabeça, a palavra " ser". Ou entao , pensava, " como dizer"?
Pensava na filiação, dizia para comigo, que o mar pertencia a classe dos objectos verdes, ou que o verde fazia parte das qualidades do mar. Mesmo quando olhava para as coisas estava a sem leguas de sonhar que elas existiam. as coisas apareciam-me como um cenario. Pegava nelas. Elas serviam-me de utensilios, previa-se-lhe a resistencia. Mas tudo isto se passava a a superficie. Se me tivessem perguntado o que era a existencia, teria respondido de boa fé, que nao era nada, que era apenas uma coisa vazia que vinha juntar-se as coisas de fora, sem lhe modificar em nada a natureza:
E depois sucedeu aquilo: de repente ali estava, ali estava, claro como a agua. a existencia dera-se subitamente a conhecer. Perdera o seu aspecto inofensivo de categoria abstracta. era a propria massa das coisas, aquela raiz estava amassada em existencia.


J.P.Sartre, A Nausea

Le dinner.

Bénabar - Le Diner

Eis aqui uma descoberta fantastica, interpretada por Benabar ( pseudo do "verlan", que faz referencia ao palhaço barnabé). O nome verdadeiro do artista? Bruno. Eis aqui uma cançao a contar as vicissitudes da existencia humana. Eis aqui um texto e um pretexto com uma pincelada de auto-derivaçao e um humor fantasioso. Eis aqui uma bela conjunctura! Lindo! Se puderem oiçam, mesmo que nao percebam patavina de frances...
Eis aqui, este Dinner, malicioso e corrusivo :)

domingo, julho 09, 2006

Fim de Entrevista

Jornalista- " Amo a liberdade, por isso aquilo que amo deixo-o livre, se voltar é porque é meu, senão porque nunca me pertenceu". Identifica-se com esta frase?


Artista
- É uma frase bonita, mas nao tem muito a ver comigo. Eu vivo a minha maneira. E a minha maneira é mais " mata-me de amor, da-me liberdade".

Jornalista - Posso pedir-lhe para fazer um jogo de associação de palavras?

Artista - Pode.

J - Um encontro em segredo

A
- Uma duna ancorada

J- O poeta é um fingidor


A
-Verdade

J- Antonio Lobo Antunes


A
- Um fingidor

J- Louras


A
- Morenas

J- O ideal


A
- Nao existe

J-Fidelidade é um mito?


A
-Nunca tive de ser fiel, nao posso responder a essa pergunta. Talvez se me tivesse perguntado se lealdade é um mito pudesse responder.

J- Lealdade é um mito?


A
- Nao

J- É no meio que esta a virtude?


A- Nao

Jornalista - Qual a sua posiçao em relaçao a Deus e a religiao?

Artista - Sou ateu. Li a Biblia um livro fantastico, lindissimo, é um romance, nao passa de um romance, nao digo o mais bem escrito, mas talvez o melhor estruturado. Li o Corao, um pouco mais enfadonho, mas é um belo livro tambem. Acredito no Deus dos outros e respeito-o. Senti-me mulçulmano quando estive na Africa do Norte, senti-me ortodoxo quando visitei a Russia, senti-me catolico quando estive na Irlanda. Custa-me acreditar num Deus que permita as guerras que estes deuses impoem e permitem. Em caso de duvidas sou sempre ceptico. Neste caso, sou ateu assumidamente.

Jornalista- Obrigada artista, por esta simpatica cedencia de tempo a minha pessoa.

Artista - De nada.

Um doce para quem adivinhar quem é o Artista..........

sexta-feira, julho 07, 2006

Piensamiento...


"Existem duas coisas Infinitas: o Universo e a Tolice dos homens."



Albert Einstein

quinta-feira, julho 06, 2006

Sao os caracois sao os caracolitos, sao os espanhois, sao os espanholitos!

Vamos variar e falar de coisas serias:

Para os que sabem e para os que nao sabem o nosso Hino (aquele que ontem as 20h o pais e mundo entonou de mao ao peito) é uma composiçao trazida a lume em 1890, quando nos foi imposto um ultimato pelos ingleses. Estes, pretendiam unir os territorios de Angola a Moçambique, de acordo com o famoso "mapa-cor-de-rosa", que a Conferencia de Berlim, havia desenhado. Exigiam os ingleses que lhes entregassemos as nossas ex-colonias. Ora, os republicanos da naçao, que nesta altura, se multiplicavam (tal qual o vinho que Nosso Senhor Cristo fez aparecer em Canaa - para quem acredita nestas " transcendentisses"), escreveram o Hino, que cantavam depois nas ruas, como forma de pressionar o governo a fazer face (" as armas as armas") aos Ingleses. No fundo esta bela composiçao, tratava-se (e trata-se) de uma forma craza de patriotismo, como de resto, sao todos os Hinos nacionais.
Inicialmente, a letra da composiçao reclamava " contra os bretoes, marchar, marchar". Quando finalmente, nos tornamos uma Republica, este ultimo verso foi alvo de grandes polemicas, por parte de partidos e varios movimentos, que o consideravam deveras agressivo. Passou-se entao, ( ao nao menos agressivo) : " contra os canhoes marchar marchar". Dado os acontecimentos recentes, ainda muito quentes, e ja que é para se ser agressivo, deveria dar-se a matamorfose do dito verso para " contra os franceses marchar marchar".
Com uma reflexao mais ponderada e lucida, esquecendo o triste espisodio de ontem a noite ( tenhamos em conta que aquilo nao passou de um jogo - que bom perder!!! lol), e dada a nossa historia de sempre e o excelso adagio "de Espanha nem bons ventos nem bons casamentos", toquemos no cerne da questao, mesmo que sejamos acusados de patriotistas, com tudo o que isso tem de mau e bom: o verso deveria ser " contra os espanhois marchar marchar". Essa é que é essa!!!!
Ora eles invadem-nos, ora eles metem-se com as nossas padeiras, ora ficam aqui 60 anos a azucrirarem-nos o juizo, ora nos bombardeiam com reis destronados, laranjas, morangos e batatas, ora com Zaras, Mangos e afins, ora com seats ibizas, ora com Iglesias e filhos, ora com aguas contaminadas... Ora nos roubam turistas, nobeis e Decos. Inda por cima tem todos nomes de santos! Os gajos pa... lixam-nos a vida! Qué qu'eles querem fdx? "Ai portugal portugal de qué que tas a espera?" Marchar! Marchar!

Vamos voltar ao mesmo e falar de coisas giras:

Os portugueses!!! As portuguesas!!! Os espanhois!!! As espanholas (bem giras por acaso)!!! Afinal, nem tudo pode ser mau.... Como uma imagem vale mais que mil palavras aqui ficam + 3000, a testemunhar uma coexistencia possivel e muito divertida. Cantamos e nao desatinamos, conversamos e nao desafinamos.... fartamo-nos de MARCHAR no Bairro, mas nao conseguimos descobrir : "adonde estas Javier?" lol. Va, mas em todo o caso Tugas da Naçao, vamos la ver se começamos a competir a serio com estes gajos... e gajas.....

"Sao os caracois sao os caracolitos, sao os espanhois sao os espanholitos..."



terça-feira, julho 04, 2006

Coraçao, cabeça e estomago

"Quando
você vem com essa cara...
de menina levada
para a brincadeira..." --- excerto de " a cançao pt do seculo XX"

pode-se sempre encontrar duas donzelas fazendo uma serenata em plena linha amarela, entre a cidade universitária e entrecampos ao honrado rei hassam...
ou entao, "elas" devoram pasteis de belém, gulosamente subtraídos aos lábios do magnânimo rei...

e, num desejo enebriante de matar a secura que as consome - ah, qual febre, qual inferno de chamas ardentes!, "elas", em pleno bairro alto, entre guitarras e fadistagem, consomem-se num bacardi de melancia, com a ternura da catarina e do drocas em pano de fundo... ( que bonitinhos...)

é claro que o resultado final apenas pode ser "elas" cantando taras e manias na porta da casa de banho do bar, seja ao rei hassam seja aos desconhecidos que sao surpreendidos com "elas" a dançarem em frente ao espelho...mas, no fim, é "ele" quem "as" tenta...


"e mexe
remexe
se encosta
se enroasca
se abre
se mostra
p'ra mim
me agarra
me morde
me arranha
não mude
que eu quero você sempre assim..."- novo excerto de " a cançao pt do seculo XX"

Pelo meio, se dois desconhecidos indianos, tambem apelidados por "qè-fro", lhes oferecem rosas, em vez de as venderem, isso nao é impulse, é Urdu e muita lábia....pre menoris....

"dá-me...um arrepio na pele...
sinto auga na boca...
p'ra ficar cum bocê...
bocê num tem um pingo de bergonha (ó, que feio, nem um pinguinho... cuarago!!)
que toda a mulher sonha (a gente támem merece)
ter alguém assim...
realizando nossas fantasias...
TARAS E MANIAS
bocê bem p'ra mim..
(prontes, p'ra nós!)" -- excerto de "a cançao pt do seculo XX", cantada por mariana

ohhhhh...Cais d's'ré...
Pa ra pa ram pam

ohhhhh...Cais d's'ré...
Pa ra pa ram pam
- adaptaçao de "oh champs elysees", cantada por "elas"

cuarago...

c'a mariána tripeira diz que lisboua é liiiiiiinda
cum pronuncia cuntangiantee!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
espera aí...ó faxabori...

E os outros cantores... cuarago? e o nuno mai'lo chico? o rui gineco? a nikita indiana? a filipa de coimbra?
"eles" não perdem pela demora...
"elas" sao as maiores!!!!
Hehehehehe

domingo, julho 02, 2006

De como Victoria ja nao condiz com Beckham

Acordei ressacada do monte de champagne que entornei ontem a noite. Acordei rouca do monte de gritos que espalhei ontem a noite. Acordei atrasada do monte de giros que dei ontem a noite. Acordei de bom humor de saber que roubamos a Victoria ao Beckham... ontem a noite. Nao que ache que tenha grandes hipoteses com o painel flurescente publicitario ingles, nao que as queira ter, nao que ache a Victoria do Beckham algo de muito hot, alias, de "spiced" ja nao tem grande coisa (parece-me a mim)... Acordei feliz, por saber que, horas antes, sim, roubamos a outra Victoria ao dito, aparente, preferido (daaaaaaaaaaaa) e assumido jogador de futebol ingles. A Victoria foi nossa. Como sou mesmo muito simpatizante dessa equipa-ladra desse belo "jardim a beira a plantado", defendido por Tomas Ribeiro no seculo XIX, que roubou a vitoria ao Beckham, ontem a noite, tenho mesmo de dizer que o gamanço foi merecido. Tenho mesmo de dizer que a victoria tem de continuar a ser nossa, merecidamente nossa - permitam-me o neologismo. O verde o amarelo e o vermelho ficam-lhe tao bem como pano de fundo.... Nao temo caprichos nem vedetismos. Nao temo os franceses. Pelo contrario, agora adormeço ansiosa pelo proxima victoria. Adormeço aguada pelas francesinhas que vou querer comer nesta quarta- feira ( picantes e bem regadas).
Adormeço com a moral reposta.
Com fe.
Portugal precisava disto.
A Europa tambem.
O Futebol faz milgares e ainda bem.
Aleeeeeeeeeeeeeeeeeeeeezzz Figooooooooooooooo!!!!
Aleeezzzzzzzz Pauleta ( sempre gostaste de marcar ao Barthez! Queremos ver mais)!